sábado, 8 de janeiro de 2011

O Espelho de Água

Vicente Huidobro
Tradução de Anderson Braga Horta

Meu espelho, correndo pelas noites,
Torna-se arroio e foge do meu quarto

Teu espelho mais profundo que o orbe
Onde todos os cisnes se afogaram

É um tanque verde na parede, e nele
Dorme tua desnudez ancorada

E suas ondas sob uns céus sonâmbulos,
Os meus sonhos se afastam como barcos

De pé na polpa sempre me vereis cantando.
Uma rosa secreta intumesce em meu peito
E um rouxinol ébrio esvoaça em meu dedo.

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