domingo, 4 de julho de 2010

era apenas um violão
dez cantando a travessia do poeta
a mesa molhada de cerveja refletia
o teto de nossas loucuras
a blusa da boliviana peruana ou brasileira
não esquentava nunca o amarelo
o roxo e o coração
e o som de copos quebrando vozes
vociferando uma poesia do fundo das tripas
após o poeta atravessar a porta
garrafas de um licor verde
derramaram nos papéis
versos compridos de ar rarefeito
que num raio de segundos
todo o sopro de setenta anos
toda a orgia para raiar a lua
a sua o seu demônio soltando pipa
e todo esse espaço para criar.