A POESIA ACABOU COMIGO
Eu não digo que ponha fim a nada
não faço ilusões a respeito
eu queria seguir poetizando
mas acabou a inspiração.
A poesia se comportou bem
eu me comportei horrivelmente mal.
Que ganho com dizer
eu me comportei bem
a poesia se comportou mal
quando sabem que sou o culpado.
Tudo bem que passe por imbecil!
A poesia se comportou bem
eu me comportei horrivelmente mal
a poesia acabou comigo.
Tradução: Alexandre Barbosa de Souza
e Fabrício Corsaletti
segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Nessa hora consigo,
escrevo em voz
o canto cadente do pássaro.
A nota é marcante
toca a aflição.
Como me aborreço.
Zuniu a clave
qua mal ouvi a batida,
essa visa as profundezas
que quase não a senti,
passou pegando-me
de supetão
e logo sou
acometido
ao mausoléu
que corroe
as fissuras
do corpo.
poesia publicada no livro "Sol dos Poros".
escrevo em voz
o canto cadente do pássaro.
A nota é marcante
toca a aflição.
Como me aborreço.
Zuniu a clave
qua mal ouvi a batida,
essa visa as profundezas
que quase não a senti,
passou pegando-me
de supetão
e logo sou
acometido
ao mausoléu
que corroe
as fissuras
do corpo.
poesia publicada no livro "Sol dos Poros".
domingo, 4 de julho de 2010
era apenas um violão
dez cantando a travessia do poeta
a mesa molhada de cerveja refletia
o teto de nossas loucuras
a blusa da boliviana peruana ou brasileira
não esquentava nunca o amarelo
o roxo e o coração
e o som de copos quebrando vozes
vociferando uma poesia do fundo das tripas
após o poeta atravessar a porta
garrafas de um licor verde
derramaram nos papéis
versos compridos de ar rarefeito
que num raio de segundos
todo o sopro de setenta anos
toda a orgia para raiar a lua
a sua o seu demônio soltando pipa
e todo esse espaço para criar.
dez cantando a travessia do poeta
a mesa molhada de cerveja refletia
o teto de nossas loucuras
a blusa da boliviana peruana ou brasileira
não esquentava nunca o amarelo
o roxo e o coração
e o som de copos quebrando vozes
vociferando uma poesia do fundo das tripas
após o poeta atravessar a porta
garrafas de um licor verde
derramaram nos papéis
versos compridos de ar rarefeito
que num raio de segundos
todo o sopro de setenta anos
toda a orgia para raiar a lua
a sua o seu demônio soltando pipa
e todo esse espaço para criar.
terça-feira, 29 de junho de 2010
poesia inspirada em Rafael Dourado - Poeta que passou dessa experiência do existir para outra.
quando um poeta morre
seu país sente uma dor na espinha dorsal
dos seus entes
quando a loucura se aterra junto com o poeta
o país perde a vasão de alegria no corpo dos seus entes
sobraram papéis amassados
debaixo da cama
sua mãe os encontrou todo riscado
de poemas e anotações sobre o amor
e outras nuances da vida
numa das anotações
estava a de sua partida
seu país sente uma dor na espinha dorsal
dos seus entes
quando a loucura se aterra junto com o poeta
o país perde a vasão de alegria no corpo dos seus entes
sobraram papéis amassados
debaixo da cama
sua mãe os encontrou todo riscado
de poemas e anotações sobre o amor
e outras nuances da vida
numa das anotações
estava a de sua partida
sábado, 12 de junho de 2010
sábado, 5 de junho de 2010
sexta-feira, 4 de junho de 2010
sexta-feira, 2 de abril de 2010
poesia aberta
a poesia que segue abaixo vai crescer como se estivesse viajando para outra cidade, cada palavra dela é o risco de algum quilômetro galgado, cada frase é um país dentro da pele explorado. desde então estar atento é desafio simples e de muitas ladeiras. segue o sopro abaixo:
guarda-chuva na cabeça
é o que liga
para não molhar as ideias
é o que liga
para não dar enchente aos piolhos
é o que liga
a sombra até o pescoço
é o que desliga
a luz solar nos cabelos
é o que não protege os pés
das chuvas inclinadas
das águas empossadas
é o que tapa o céu por centímentros
é instrumento cantando tempestade ou garoa...
a poesia acima seguirá para... uma metáfora, um sonho, um termo, um peso, uma falta, uma fartura... um nada transformado num esqueleto que perambula inquieto!
guarda-chuva na cabeça
é o que liga
para não molhar as ideias
é o que liga
para não dar enchente aos piolhos
é o que liga
a sombra até o pescoço
é o que desliga
a luz solar nos cabelos
é o que não protege os pés
das chuvas inclinadas
das águas empossadas
é o que tapa o céu por centímentros
é instrumento cantando tempestade ou garoa...
a poesia acima seguirá para... uma metáfora, um sonho, um termo, um peso, uma falta, uma fartura... um nada transformado num esqueleto que perambula inquieto!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
Poema de Roberto Bolaño - Tradução Tiago Nené
Não importa até onde te leva o vento
(Sim. Mas gostaria de ver Séneca neste lugar)
A sabedoria consiste em manter os olhos abertos
durante a queda (Blocos sónicos
de desespero?) Estudar nas esquadras
de polícia Meditar durante os fins-de-semana
sem dinheiro (Tópicos que hás-de repetir, disse
a voz em off, sem te considerar um infeliz)
Cidades supermercados fronteiras
(Um Séneca pálido? Um bife sobre o mármore?)
Da angústia ainda não falámos
(Basta já. Dialéctica obscena)
Esse vigor irreversível que abrasará as tuas rotas.
De cadeiras, de entardeceres extra,
de pistolas que acariciam
os nossos melhores amigos
está feita a morte.
(Sim. Mas gostaria de ver Séneca neste lugar)
A sabedoria consiste em manter os olhos abertos
durante a queda (Blocos sónicos
de desespero?) Estudar nas esquadras
de polícia Meditar durante os fins-de-semana
sem dinheiro (Tópicos que hás-de repetir, disse
a voz em off, sem te considerar um infeliz)
Cidades supermercados fronteiras
(Um Séneca pálido? Um bife sobre o mármore?)
Da angústia ainda não falámos
(Basta já. Dialéctica obscena)
Esse vigor irreversível que abrasará as tuas rotas.
De cadeiras, de entardeceres extra,
de pistolas que acariciam
os nossos melhores amigos
está feita a morte.
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